Polícia fala apenas em “prejuízo de milhões de reais contra o meio ambiente” provocados pelos suspeitos; eles extraíam pedras de garimpos ilegais e as contrabandeavam para países da Ásia
Por LARA ALVES | SIGA-NOS NO TWITTER @OTEMPO
05/11/20 - 13h12
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Pedras raras eram extraídas em garimpos ilegais em Minas Gerais
Foto: Polícia Federal/Divulgação

Maços de dinheiro foram encontrados em endereços de suspeitos ligados à organização criminosa
Foto: Polícia Federal/Divulgação‹›
O garimpo ilegal de minerais raros em quatro municípios de Minas Gerais e um do Espírito Santo tornou-se alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que, nesta quinta-feira (5), pretende desarticular a movimentação de uma organização criminosa suspeita de extrair as pedras e contrabandeá-las para países da Ásia. O dano aos cofres públicos pela ação dos suspeitos é inestimável até o momento, e em nota a corporação fala apenas em “prejuízo de milhões de reais contra o meio ambiente”. Onze mandados de busca e apreensão puderam ser cumpridos na manhã, e dois supostos integrantes do grupo acabaram conduzidos por posse irregular de armas de fogo.
A extração ilegal de pedras raras e a movimentação da organização criminosa ocorriam nas cidades de Bocaiuva, no Norte de Minas Gerais, em Couto Magalhães de Minas, município no Vale do Jequitinhonha, em Governador Valadares, no Rio Doce, e em Pará de minas, na região Centro-Oeste do estado. Investiga-se também atuação do grupo na cidade litorânea de Vila Velha, no Espírito Santo. Além da extração ilegal e da exportação feita sem recolhimento de tributos, os suspeitos também envolveram-se nas práticas de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
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Fora os garimpos ilegais, residências e escritórios de supostos integrantes da organização criminosa que eram beneficiados com as atividades criminosas também foram alvo de cumprimento de mandados. A Polícia Federal conseguiu frente à Justiça o bloqueio de valores e sequestro de bens imóveis e veículos ligados a eles. Acredita-se que os suspeitos serão indiciados por inúmeros crimes contra o meio ambiente, como usurpação de bens da União, e também por organização criminosa, descumprimento de ordens de embargos, ocultação patrimonial e lavagem de vens e capitais.
Condenados, os membros do grupo podem permanecer detidos por até 12 anos, além de serem obrigados a um pagamento de multa. Além destes crimes detalhados, a polícia também suspeita da existência de grupos armados contratados pela organização e que eram responsáveis por coagir e ameaçar pessoas ligadas à extração de minério legal e regularizada em Minas Gerais.
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